domingo, 28 de novembro de 2010

Não é fácil fazer greve!

A greve geral foi um sucesso, julgo não existirem dúvidas a este respeito.
Por resultar da junção de forças da CGTP e da UGT e, sobretudo, por ter contado com uma tão grande adesão. A democracia mostra estar viva quando tantos decidem lutar pelos seus direitos. Por direitos comuns, sublinhe-se, numa perspectiva fraterna e solidária. A democracia não rima de facto com resignação.
Mas mesmo nestes momentos de grande adesão, é difícil não se interrogar porque não se conseguem adesões ainda maiores. Tendo em conta o ataque sem precedentes em curso, com cortes nos salários e nas prestações sociais, perdas de direitos, aumento do IVA, não seria de esperar uma paralização total e um grito de indignação ensurdecedor? Trocado por miúdos, está-se a ir ao bolso das pessoas de uma forma sem precedentes e mesmo assim continuam a parecer tantos os resignados com tal facto.
A verdade, há muito conhecida por sinal, é que não é fácil fazer-se greve nos dias que correm. É certo que nos tempos em que não existia liberdade os riscos eram imensamente maiores. Mas a opressão de outros tempos foi hoje substituída pela incrível força do individualismo, pela falta de sentimento de bem colectivo. Se noutros tempos havia o risco até da integridade física por se fazer greve, hoje expressões como solidariedade, fraternidade e defesa de direitos laborais são totalmente estranhas em inúmeros meios. Hoje, em diversos sectores, ser-se sindicalizado é uma extravagância.
E tal clima de escasso sentimento colectivo não deve ser desprezado. É ele que determina que muitos dos que aderiram à greve geral tenham sido considerados autênticos excêntricos e líricos, inclusive por colegas. É ele que determina que quem adere a este tipo de protestos, usufruindo de um direito basilar em democracia, possa ser olhado com desconfiança pelas suas chefias como se de um perigoso insubordinado se tratasse.
Por tudo isto, são naturalmente de saudar os muitos milhares de trabalhadores que abdicaram nesta quarta-feira de um dia de salário. Que tiveram a coragem de abdicar das boas graças dos seus superiores ou que se colocaram mesmo em situação de fragilidade num mercado de trabalho cada vez mais instável. Fizeram-no em defesa de direitos colectivos, de melhores condições de vida para todos. Muito mais simples seria não aderir a coisa nenhuma, não se chatear, assobiar para o lado, esperar que outros assumissem a linha da frente na defesa dos nossos direitos, prosseguindo assim calmamente com a nossa vidinha.
Por isso é que o que se passou nesta quarta-feira assumiu contornos tão especiais. Resta aproveitar o balanço e continuar a combater esta tendência alastrante que encara a defesa de direitos laborais comuns como algo quase exótico. A democracia agradece.

por: João Ricardo Vasconcelos (Politólogo)
autor do blogue Activismo de Sofá

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Guia para a greve geral

A greve é por todos e por todas. Se nos calarmos, amanhã será pior. A greve é a nossa resposta.

A greve é para todos e todas. O pré-aviso das duas centrais sindicais permite a qualquer trabalhador em qualquer serviço ou empresa fazer a greve sem retaliações.

A greve é por todos e por todas. Porque o aumento dos impostos bate a todas as portas. Porque o congelamento de pensões afecta os mais pobres. Porque o corte do abono atinge 383 mil famílias. Porque todos conhecemos um familiar ou amigo desempregado. Porque já ouvimos Passos Coelho: "para o ano será pior". Porque já ouvimos Sócrates: este ano já é pior. Porque sabemos de Cavaco Silva: não incomodem os mercados que os mercados tomam conta de nós.

Por isso, a greve é a tua resposta. Se nos calarmos, amanhã será pior. Se não mostrarmos que quem trabalha e produz é que faz mover o país, amanhã a PT continuará a distribuir dividendos para não pagar imposto. Se não defendermos agora os precários e os desempregados, amanhã vão-nos pedir mais cortes de salários para pagarmos o BPN e o BPP. Se não defendermos agora o apoio social contra a pobreza, amanhã vão-nos passar a factura de mais submarinos. A greve é a nossa resposta.

É a resposta dos reformados. Se estás reformado, vai à porta da tua empresa no piquete no dia de greve. Ajuda os teus colegas. Fala com eles. Luta por eles, que eles lutam por ti.

É a resposta dos desempregados. Se estás desempregada, junta-te no centro da cidade às concentrações e actividades do movimentos sindical, para ser ver quantos somos e a nossa determinação.

É a resposta dos estudantes. Se és estudante, apoia a greve dos funcionários e dos professores. Organiza o piquete na tua faculdade e vai às aulas convidar os teus colegas a juntarem-se à greve.

É a resposta da saúde. Se és enfermeira ou médico, explica aos utentes do Serviço de Saúde porque é que estamos a fazer esta greve, por eles. Para combater o aumento do preço dos medicamentos, para defender a saúde para todos.

É a resposta dos autarcas. Se és eleita na tua freguesia ou na assembleia municipal, organiza com o teu grupo municipal o apoio a todos os piquetes na freguesia. Vai para a porta das empresas, grandes e pequenas, fala com os comerciantes e pede-lhes apoio, a luta também é deles, que sabem o que é a crise.

Vem para a rua, vem para a praça. A greve não é um feriado, é uma festa. Em Lisboa no Rossio, no Porto nos Aliados. No centro de Braga ou em Setúbal ou em Coimbra. A greve é de todos.

por Francisco Louçã

REUNIÃO CONCELHIA DE 17.11.2010

Realizou-se no passado dia 17 de Novembro a primeira reunião de Concelhia do Bloco de Esquerda do Alandroal.

A abertura da reunião foi feita por volta das 21.30h, pelo camarada Jorge Martins, que começou pelos agradecimentos a todos(as) os(as) aderentes e simpatizantes presentes na sala.

Em seguida indicou a ordem de trabalhos proposta:

1. Situação política no Concelho;
2. Organização do núcleo;
3. Situação política nacional e eleições Presidenciais.

Não havendo alterações, nem sugestões à ordem de trabalhos, deu-se início à reunião, e

o 1º ponto ficou a cargo do camarada Nuno Coelho, que frisou:

"Um dos principais objectivos desta 1ª reunião é o de podermos tratar e analisar em conjunto algumas das dificuldades com que vivemos actualmente. Estamos plenamente conscientes da situação crítica que o país atravessa, mas também, e ainda mais, da grave situação com que o nosso município se debate.
Estamos atentos ao elenco camarário! Até à data, pode-se dizer que simpatizamos com o seu modelo de gestão. Ainda mais sendo uma equipa herdeira de uma módica quantia que ronda os 30.000.000€...de passivo!
Para melhor se perceber:

PASSIVO CONTABILÍSTICO (conjunto de dívidas ou dos encargos da câmara)
dívidas a bancos, terceiros, fornecedores, credores, etc = 17.766.081 €
proveitos diferidos (hoje é o que se chama "receber adiantado" por conta de serviços a prestar ou trabalhos a efectuar) = 4.677.920€
SOMA (DÍVIDAS + PROVEITOS)= 22.444.001€
COMPROMISSOS (compromissos assumidos relativos a empreitadas, fornecimentos de bens e serviços, etc.)
SOMA (COMPROMISSOS)= 5.930.690€
TOTAL (PASSIVO + COMPROMISSOS)= 28.374.691€

Dado que a população do concelho é de 6.293 habitantes (dados de 2004), o passivo médio por habitante é de 2.823€ (17.766.081€/6.293 habitantes = 2.823€), excluindo proveitos diferidos.

Portanto, face ao demonstrado, todos os nossos esforços, doravante, vão ser focados na redução desta "dívida nossa" (vamos todos pagá-la) e, simultaneamente, reforçar a nossa posição no concelho através de iniciativas que ajudem os empresários locais a desenvolver e a estimular a sua produtividade e a reduzir a taxa de desemprego.
Mais, ao incentivar os nossos produtores, estamos a contribuir para o desenvolvimento sustentável do concelho, que tanto desejamos.

terminada a intervenção do camarada Nuno Coelho,
o 2º ponto ficou a cargo do camarada Armando Mesquita, tendo ficado estabelecido:

Comissão Dinamizadora (aberta), composta inicialmente por 5 elementos:

  • Nuno Coelho;
  • Armando Mesquita;
  • Ana Rita Barradas;
  • Jorge Martins (tesoureiro);
  • Zeferino Algarvio.

Estes cinco elementos terão a "missão" imediata de:

  • Preparar a futura comissão de concelhia;
  • Contactar directamente com a Comissão Distrital;
  • Aumentar o número de aderentes e simpatizantes;
  • Fazer recolha de fundos;
  • Dinamizar a campanha de apoio ao candidato presidencial Manuel Alegre;
  • Preparar uma sessão de debate sobre o "Banco de Terras", com o nosso deputado Pedro Soares (presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia da República), e convidando todos os empresários agrícolas do concelho a participar.
terminada a intervenção do camarada Armando Mesquita,
o 3º ponto ficou a cargo do camarada Luís Mariano, Coordenador Distrital do Bloco de Esquerda, que referiu:

"O discurso da crise entrou no nosso vocabulário como uma coisa normal.
O capitalismo está cada vez mais a provar a incapacidade de gerir as sociedades com justiça, equilíbrio e igualdade. É necessária uma alternativa que defenda os mais pobres e os mais fracos.
A precariedade alastra, retirando aos mais jovens a possibilidade a curto prazo de criarem a sua carreira, a sua estabilidade familiar e o seu futuro.
Cada vez mais as grandes fortunas fogem aos impostos, colocando somas cada vez maiores de dinheiro em paraísos fiscais, enquanto se retiram direitos aos desempregados e aos idosos.
O Núcleo do Alandroal do Bloco de Esquerda deve estar especialmente atento a estes problemas sociais, colocando-se sempre de lado de quem mais precisa.
A alternativa de esquerda passa por nós. Devemos olhar as sondagens com confiança, mas ao mesmo tempo incrementar o trabalho no terreno. As próximas eleições presidenciais são também motivo de empenho da nossa parte. Combater a direita e o cinzentismo é uma das nossas prioridades"

Após terminada a última intervenção, pelo camarada Luís Mariano, e discutidos e debatidos os 3 pontos da ordem de trabalho, por volta das 23.30h, deu-se por terminada a reunião.

Por fim, desejou-se boa sorte à equipa do Núcleo, que consigam atingir todos os objectivos propostos e que elevem a política de esquerda socialista (a verdadeira) no concelho do Alandroal!

VIVA O BLOCO DE ESQUERDA!
VIVA O CONCELHO DO ALANDROAL!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

REUNIÃO CONCELHIA DIA 17.11.2010

Caros Companheiros/as,

Para responder aos desafios emergentes no Concelho mas também para fazermos uma reflexão conjunta sobre as manobras governamentais, passando pelo debate sobre a melhor forma de erguer uma alternativa de esquerda e a forma de nos organizarmos, vai-se realizar na próxima Quarta-Feira (dia 17) pelas 21,00 horas na Junta de Freguesia do Alandroal uma reunião do Núcleo do Bloco de Esquerda, com a seguinte Ordem de Trabalhos:
  1. Situação política no Concelho
  2. Organização do Núcleo
  3. Situação política nacional e eleições Presidenciais
Apesar da convocatória chegar ao vosso conhecimento com muito pouco tempo de antecedência, torna-se importante a participação de todos/as os/as aderentes de modo a dar continuidade à nossa intervenção.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MANIFESTAÇÃO NACIONAL - 6 DE NOVEMBRO / GREVE GERAL - 24 DE NOVEMBRO

Depois das grandes manifestações de 29 de Setembro, mesmo com dezenas de milhares de trabalhadores na rua, o Governo tenta nova afronta e avança com novas medidas de ataque.
Se já com o PEC I e II a luta estava a engrossar, é hora de responder a este novo e brutal ataque de forma inequívoca: Chega de nos irem aos bolsos, vão buscar o dinheiro onde ele existe!
E dado que a cada PEC o Governo diz que chega, mas já vamos no terceiro, se não dermos resposta, podemos contar com o PEC IV.
Todos à Manifestação e à Greve Geral!